terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Eu sou um parasita

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A "The New England Journal of Medicine" é uma das principais revistas médicas há décadas. Pois bem, no editorial do seu número de 21 de Janeiro, Dan L. Longo (deputy editor) e Jeffrey M. Drazen (editor-in-chief) deram o famoso "tiro-no-pé". O assunto era compartilhamento de dados e tudo ia bem até o parágrafo abaixo:

"A second concern held by some is that a new class of research person will emerge — people who had nothing to do with the design and execution of the study but use another group’s data for their own ends, possibly stealing from the research productivity planned by the data gatherers, or even use the data to try to disprove what the original investigators had posited. There is concern among some front-line researchers that the system will be taken over by what some researchers have characterized as “research parasites.”"

 Os editores chamaram aqueles que usam os dados compartilhados de "parasitas". Ou seja, segundo eles, eu sou um parasita, assim como a maioria dos cientistas, especialmente os bioinformatas. Talvez eles não se lembrem, mas é justamente através do uso compartilhado de dados que a ciência caminha. A reação da comunidade, como esperada, não foi amistosa. Criaram até uma hashtag "#Iamaresearchparasite".  O editor-in-chief Jeffrey Drazen teve várias oportunidades de desculpar-se mas preferiu insistir no erro. À revista Science, ele disse que os cientistas deveriam colaborar com os grupos que geraram os dados.

Caso você esteja interessado na vaga de editor-in-chief de uma grande revista médica, fique atento.....uma vaga deve estar disponível logo, logo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Notícias do oriente

Vejo na Science de 19 de Janeiro algumas notícias que mostram as diferenças no cenário científico entre alguns países. Primeiro, um dos congressos científicos mais importantes da Índia (o Indian Science Congress na sua 103a edição) virou motivo de revolta entre membros da comunidade científica indiana. Palestras pouco científicas têm aparecido no programa do congresso já há alguns anos mas aparentemente em 2016 a situação tornou-se jocosa. Um dos palestrantes argumentava que a deusa Shiva foi a maior ambientalista do mundo. Em outra palestra, discutiu-se os benefícios à saúde provocados pelo ato de soprar uma concha.

Já em Cingapura, o governo anuncia um orçamento de >13 bilhões de dólares de 2016-2020, um aumento de 18% sobre o ciclo anterior de 5 anos. Mais de 1/5 do orçamento vai para as ciências da saúde e biomédica.

As notícias dizem muito sobre o futuro dos dois países.

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Feliz Darwin Day



"There is grandeur in this view of life, with its several powers, having been originally breathed into a few forms or into one; and that, whilst this planet has gone cycling on according to the fixed law of gravity, from so simple a beginning endless forms most beautiful and most wonderful have been, and are being, evolved. "

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O ator que adora ciência

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Uma das figuras mais importantes na divulgação científica não é um cientista mas sim um ator e diretor: Alan Alda. Leio na página da National Academy of Science que ele ganhou o mais prestigioso prêmio da prestigiosa academia americana: "the Public Welfare Medal". Nada mais merecido! Entre as suas muitas contribuições, ele apresentou o programa de televisão "Scientific American Frontiers" na PBS e ajudou na fundação do "Alan Alda Center for Communicating Science" na Universidade de Stony Brooks.
Aqui vocês podem encontrar uma excelente entrevista de Alan Alda onde ele só fala sobre o seu envolvimento com divulgação científica.  Há tanto o vídeo como a transcrição da entrevista (ambos em inglês). A entrevista é sensacional. Ele descreve a motivação por trás de vários dos programas do seu centro. Por exemplo, aos 11 anos de idade ele era fascinado pela chama na ponta de uma vela. Quando perguntou à sua professora o que é uma chama, a resposta foi desapontadora: "oxidação", disse a professora. Como Alan diz na entrevista, houve apenas uma troca de nomes. Isso o motivou, décadas depois, a promover o desafio da chama onde cientistas propõe respostas à pergunta que ele fez a sua professora aos 11 anos de idade. As respostas foram avaliadas por crianças de 11 anos de idade.
Aos 80 anos de idade ele continua firme e forte.