Uma das primeiras palestras ontem aqui no evento em CSHL foi do meu mestre Wally Gilbert que descreveu o desenvolvimento do seu método de sequenciamento (Maxam/Gilbert ou método químico). A discussão que se seguiu foi interessante. Richard Roberts (prêmio Nobel pela descoberta do mecanismo de splicing) comentou sobre o predomínio da tecnologia de Gilbert sobre a de Sanger no final da década de 70 e início da década de 80. A discussão que se seguiu focou em alguns pontos:
1) Wally tornou pública a receita do sequenciamento químico. Ele comentou que distribuiu o protocolo de sequenciamento em uma Gordon Research Conference em 1976, praticamente um ano antes da publicação da metodologia. Roberts chamou isso de "excelente estratégia de marketing". Além disso, Wally abriu o laboratório para quem quisesse aprender a usar o método.
2) O método químico não exigia insumos complexos como enzimas purificadas e nucleotídeos modificados.
3) Foi exatamente a disponibilidade comercial desses insumos que fez o jogo virar e tornou a metodologia de Sanger mais popular.
4) Crucial nessa mudança foi justamente o desenvolvimento dos sequenciadores automáticos. Hoje de manhã, Leroy Hood em sua palestra mencionou que optou por automatizar a metodologia de Sanger, e não a de Gilbert, por ela ser quimicamente mais fácil de ser automatizada.
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