Uma das principais descobertas dos últimos anos refere-se à tecnologia de edição genética conhecida como CRISPR-CAS9. Nesse sistema uma enzima que edita o DNA (CAS9) é direcionada a um local do genoma através de pequenos pedaços de RNA (CRISPR) que variam dependendo de qual gene se quer editar. A tecnologia, descrita em 2012, pode servir como uma forma de correção de alterações genéticas que possam levar a doenças. Muito discussão sobre a tecnologia tem se focado em questões éticas, principalmente em relação ao seu uso em células da linhagem germinativa na espécie humana.
Pois bem, vejo na Nature de 03 de Dezembro uma série de reportagens sobre CRISPR-CAS9 e edição genética. Um artigo de George Church (pai da maioria das tecnologias de sequenciamento de segunda geração) chamou a minha atenção. Nele, Church enfatiza a necessidade de focarmos mais nas vantagens e benefícios das tecnologias e menos nos seus riscos, até porque a maioria desses riscos já existia antes das novas tecnologias. Sabemos que o risco de alterações indesejáveis no processo de edição genética é extremamente baixo. Um outro argumento forte é que a proibição do uso da tecnologia fará com que a mesma migre para o mercado negro, estimulando o chamado turismo médico. Aí, sim, os riscos seriam bem maiores. Vale a pena a leitura.
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