domingo, 8 de junho de 2014

Obesidade

 

 
   Um artigo* na revista Nature de 8 de Maio traz boas novas quanto ao método mais eficaz de combater a obesidade: cirurgias bariátricas para redução do estômago. Até a publicação desse artigo a maioria dos pesquisadores e do público leigo acreditavam que a perda de peso (e também a cura da diabetes tipo 2) devia-se à redução do tamanho do estômago e consequentemente em sua capacidade de acomodar uma refeição. Já se sabia anteriormente que a cirurgia levava a mudanças na circulação dos ácidos biliares entre o fígado e o sistema digestivo. Sabia-se também que os ácidos biliares ligam-se a uma proteína chamada de FXR (farnesoid-X receptor), a qual quando ativada migra para o núcleo e ativa a expressão de uma série de genes e regulando vários aspectos metabólicos. Esses dados prévios levaram os autores a pensar que o gene FXR estivesse envolvido nos benefícios das cirurgias bariátricas.

   A estratégia experimental adotada pelos autores foi relativamente simples.  Eles executaram cirurgias bariátricas em dois grupos de camundongos obesos (induzidos por dieta): indivíduos onde o gene FXR havia sido deletado e indivíduos onde o gene estava presente. Todos os resultados apresentados pelos autores sugerem fortemente que a cirurgia bariátrica é efetiva somente na presença do gene FXR.  Uma das principais diferenças entre os dois grupos de animais é a composição da microbiota intestinal.

  Os resultados apresentados sugerem que o gene FXR possa ser uma alternativa para o desenvolvimento de terapias menos invasivas e ao mesmo tempo tão eficientes quanto às cirurgias bariátricas.


* Ryan et al. (2014) Nature 509:183-188.

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