domingo, 28 de junho de 2015

Marcos Eberlin .... ladeira abaixo.

Em meados de 2011 aceitei participar de um debate com Marcos Eberlin na USP sobre o debate evolucionismo/criacionismo. Para quem não o conhece, Eberlin é um dos principais pesquisadores brasileiros na área de espectometria de massa com um vasto currículo. Na época um defensor árduo da teoria do design inteligente, Eberlin disse um monte de bobagens, algo esperado de alguém que se propõe a defender com argumentos científicos uma ideia pseudocientífica. Mas naquela ocasião ele evitou a todo custo expor uma motivação religiosa para o seu embate com o evolucionismo. Como quase todos os criacionistas do design inteligente, Eberlin usou um discurso dito "científico" argumentando que a teoria do design inteligente é uma proposta científica que se contrapõe ao evolucionismo.
De lá para cá Eberlin assumiu um lado criacionista radical.  Em 2012 deu uma entrevista no mínimo polêmica ao Estadão onde assumiu de vez um criacionismo mais extremo, beirando uma interpretação literal da Bíblia. Várias outras manifestações públicas se seguiram onde o radicalismo foi aumentando. Em 2014 deu outras declarações radicais à Folha.
Passeando pelo YouTube encontro uma palestra dele intitulada "Noé, a Arca, os Dinossauros e o Dilúvio: Fato ou Boato?". O link para a palestra está aqui.  Parece piada. Custei a acreditar no que vi e ouvi. A parte onde ele argumenta sobre como os dinossauros caberiam na arca é tragicômica culminando com a sua crença que o monstro do lago Ness existe, segundo ele "o último dinossauro".
Se Eberlin quer passar vergonha dando palestras com esse teor, o problema é dele. Inaceitável é que ele use as suas credenciais científicas em uma tentativa de dar credibilidade às besteiras que fala.
A História nos mostra que o argumento da autoridade é perigoso. Eberlin faz um desserviço ao país e à Ciência que ele diz tanto amar.

Um comentário:

  1. Engraçado que não li um argumento contrario a teoria descrita por Eberlin, somente li, um monte de ataque ad hominem, ou pare de usar as suas credencias para atacar alguém que discorde ou utilize a boa dialética e argumente contra, afinal de contas, parece-me muito convincente o argumento de Eberlin sobre os animais na arca, que para quem não leu é:
    os animais que foram levados são somente tipos básicos de cada espécie, ele destaca que a taxonomia hebraica - bíblica- é diferente da atual, um exemplo seria, Noé ter levada um ancestral comum dos lobos e cachorros onde aquele, com a micro adaptação, resultaria na quantidade de canis que temos hoje, outro detalhe muito interessante é que os animais levados na arca, segundo a interpretação de Eberlin, são os que tinham folego de vida, Genesis 7;15, ou seja, exclui-se peixes e insetos, e se olharmos a taxonomia atual. e irmos até a divisão de família -dentro da taxonomia-, não precisaria mais do que 10 mil animais para termos a quantidade dos atual, ele ainda toma o cuidado de destacar o óbvio, para que Noé levasse esses animais, não necessariamente precisaria que os animais fossem adultos, sendo que, com isso, como média, os animais quando filhotes não passam do tamanho de uma ovelha adulta, logo, segundo os estudos dele e os cálculos por ele apresentados, caberiam na Arca, pelo menos, 100 mil animais, pois o tamanho e repartição da Arca também é conhecido;
    Conclui-se com isso, que o argumento de Eberlin é valido presente a atual "matéria" que em nada refutou, a não ser um pequeno ataque de pelanca.

    ResponderExcluir