sábado, 11 de julho de 2015

Richard Roberts e a bioinformática

O senhor da foto abaixo é o co-descobridor dos introns e do processo de splicing. Richard J. Roberts ganhou o prêmio Nobel de medicina em 1993 (junto com Phillip Sharp) por essa descoberta. A Science de 19 de Junho publicou uma pequena entrevista com ele. Vejam a resposta dele a uma das perguntas:
"Q: What advice would you offer to those planning a career in scientific research?
A: Find an area that you are completely passionate about and focus on it single-mindedly. That doesn't mean you can't change if something more exciting comes along, but you will be happier and more successful if you love what you do. Almost all of biology is at a stage where we know a little, but nothing like as much as we will need to if we want to say we have a good understanding of life. I think bioinformatics is a growth area and absolutely fundamental to future studies of biology. Ultimately, almost everything we need to know about life will come from bioinformatic analysis of DNA sequence. We have to vastly improve our ability to predict function from sequence."
 É uma resposta que estimula algumas reflexões. Primeiro, reforça a importância da bioinformática nos dias atuais. Segundo, há um certo exagero principalmente no " Ultimately, almost...". Eu imagino que Roberts estivesse pensando em um momento onde a disponibilidade das sequências de DNA e a força dos computadores permitisse vários estudos de modelagem e predição. Ainda estamos longe de tal momento. Embora eu concorde que a aplicação da bioinformática tende a crescer de forma dramática nas próximas décadas, sempre haverá espaço para o uso de abordagens complementares, principalmente em relação à manipulação genética. É curioso que ele tenha usado o lema "...predict function from sequence" na última sentença. Esse era uma dos principais objetivos da bioinformática na sua origem mas caiu em desuso nos últimos dez anos, principalmente com o advento dos novos sequenciadores de DNA e a urgência em desenvolver soluções para a grande quantidade de dados gerados.
A entrevista completa pode ser vista aqui.


Roberts



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